Vamos interromper um pouco a leitura d’A Metamorfose, passei a tarde com a imagem duma barata gigante na cabeça e acabo de trocá-la pela imagem da inocência da minha vó chorando...
Digo inocência, porque ela tá indo embora e veio aqui se despedir de mim, e me disse pra tirar de dentro do quarto um pedaço de espelho quebrado que eu tenho (pedaço suficientemente grande para não ser jogado fora, e que permanece ali enquanto eu digo que vou dar um jeito nele).
Disse que ter espelho quebrado não presta, dá azar. Óbvio que eu não ponho a culpa de nada do que ta acontecendo no meu pedaço de espelho. Mas ela falou isso e encheu o olho de água... “Não precisa chorar, vó...”.
Eu vou dar um jeito no espelho. Não vai mudar em nada, mas não vai me custar fazer o que ela pediu. Vou dar um jeito nele e vou dizer isso pra ela, pra ela acreditar que de agora em diante tudo vai se ajeitar, mesmo que acredite nisso pelo fato de eu não ter mais um espelho quebrado dentro do quarto.
Espelho quebrado ou não, eu vi fé demais na inocência refletida na lágrima daquele olho azul...
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Dessa vez NÃO!
Um dia, o mestre perguntou aos seus discípulos o seguinte:
- Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?
Os homens pensaram por alguns momentos.
- Porque perdemos a calma, disse um deles, por isso gritamos.
- Mas por que gritar, quando a outra pessoa está ao teu lado? Não é possível falar-lhe em voz baixa? Por que gritas a uma pessoa quando está aborrecido?
Os homens deram algumas respostas, mas nenhuma satisfazia ao mestre.
Finalmente, ele explicou:
- Quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir essa distância, precisam gritar. Quanto mais aborrecidas estão, mais forte terão que gritar para escutarem uma a outra através dessa distância.
Em seguida, o mestre perguntou:
- O que acontece quando duas pessoas se enamoram? Elas não gritam uma com a outra, mas sim, falam suavemente, por quê? Seus corações estão muito perto, a distância entre elas é pequena.
O mestre continuou:
- Quando se enamoram, acontece mais alguma coisa? Não falam, somente sussurram, e ficam ainda mais perto de seu amor. Finalmente, não necessitam sussurrar, somente se olham, e isto é tudo. Assim é quando duas pessoas que se amam estão próximas.
Então o mestre disse:
QUANDO DISCUTIREM, NÃO DEIXEM QUE SEUS CORAÇÕES SE AFASTEM, NÃO DIGAM PALAVRAS QUE OS DISTANCIEM MAIS. CHEGARÁ UM DIA EM QUE A DISTÂNCIA SERÁ TANTA, QUE NÃO MAIS ENCONTRARÃO O CAMINHO DE VOLTA.
(Texto adaptado de um autor desconhecido. Aliás, esse tipo de texto adora ter autor desconhecido, um dia eu ainda conheço esse cara.)
** Bom, foi o que eu tentei dizer: "Por que tá gritando? Eu tô aqui do lado..."
Mas não adiantou, gritava e gritava. Grita sempre. Será que ele realmente se convence da sua autoridade através de gritos, ou grita pra se defender de uma possível (e provável) falta de argumentos? Porque é incrível, não sabe falar baixo quando precisa. Grita e manda calar a boca. Pronto. Fácil assim, sempre foi fácil assim, sempre calei a boca. Não tem problema, eu calo a boca. Por uns segundos. Porque não é mais assim que as coisas funcionam. Vamos parar com isso de achar que todo mundo tem que ser submisso sem questionar. Vamos conversar. Se quiser, eu mostro como se faz, mas não me venha mais com gritos e ordens absurdas baseadas em "43 anos de experiência", baseadas num mundo minúsculo de quem sempre foi obedecido. Admiro? Admiro. Tenho orgulho? Muito. Aceito conselhos? Aceito. Sigo os conselhos? Quando eu acho que devo seguir. E isso acontece na maioria das vezes. Somos muito parecidos. O pior é que somos. Ou o melhor, já não sei. Ele consegue dar um nó na minha cabeça! Talvez ele, agora, não esteja gostando muito da idéia de eu parecer com ele, porque isso me dá créditos. Meu raciocínio, às vezes, vai lá em cima, mais do que ele queria que fosse, apesar de isso não ser problema pra ele. Ele acaba com meu raciocínio com um grito! Ou acabava. Me fez a imagem e semelhança? Agüente as conseqüencias! Vou começar a usar minha herança hereditária a meu favor. Não se trata de medir forças, nada disso. No que depender de mim, estarei sempre um andar abaixo. Mas, como se diz, 'se é pra avacalhar, paremos!' Sei bem que vai ser difícil, o que faria mudar uma pessoa que eu nunca vi olhar nos olhos e pedir desculpas? Que perde um irmão (orgulhoso igual, diga-se de passagem) mas não volta atrás? Em que família fui nascer... Mas se nasci nela, foi por algum motivo. Não tenho propósitos utópicos de ouvi-lo pedir desculpas, só que me ouça antes de me mandar calar a boca, e que, depois de ouvir, concorde, ou discorde, mas que me apresente argumentos aceitáveis. Vamos lá, tentar mudar a fera, ver o que consigo. Tenho forças para isso. Ah! Se tenho...
- Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?
Os homens pensaram por alguns momentos.
- Porque perdemos a calma, disse um deles, por isso gritamos.
- Mas por que gritar, quando a outra pessoa está ao teu lado? Não é possível falar-lhe em voz baixa? Por que gritas a uma pessoa quando está aborrecido?
Os homens deram algumas respostas, mas nenhuma satisfazia ao mestre.
Finalmente, ele explicou:
- Quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito. Para cobrir essa distância, precisam gritar. Quanto mais aborrecidas estão, mais forte terão que gritar para escutarem uma a outra através dessa distância.
Em seguida, o mestre perguntou:
- O que acontece quando duas pessoas se enamoram? Elas não gritam uma com a outra, mas sim, falam suavemente, por quê? Seus corações estão muito perto, a distância entre elas é pequena.
O mestre continuou:
- Quando se enamoram, acontece mais alguma coisa? Não falam, somente sussurram, e ficam ainda mais perto de seu amor. Finalmente, não necessitam sussurrar, somente se olham, e isto é tudo. Assim é quando duas pessoas que se amam estão próximas.
Então o mestre disse:
QUANDO DISCUTIREM, NÃO DEIXEM QUE SEUS CORAÇÕES SE AFASTEM, NÃO DIGAM PALAVRAS QUE OS DISTANCIEM MAIS. CHEGARÁ UM DIA EM QUE A DISTÂNCIA SERÁ TANTA, QUE NÃO MAIS ENCONTRARÃO O CAMINHO DE VOLTA.
(Texto adaptado de um autor desconhecido. Aliás, esse tipo de texto adora ter autor desconhecido, um dia eu ainda conheço esse cara.)
** Bom, foi o que eu tentei dizer: "Por que tá gritando? Eu tô aqui do lado..."
Mas não adiantou, gritava e gritava. Grita sempre. Será que ele realmente se convence da sua autoridade através de gritos, ou grita pra se defender de uma possível (e provável) falta de argumentos? Porque é incrível, não sabe falar baixo quando precisa. Grita e manda calar a boca. Pronto. Fácil assim, sempre foi fácil assim, sempre calei a boca. Não tem problema, eu calo a boca. Por uns segundos. Porque não é mais assim que as coisas funcionam. Vamos parar com isso de achar que todo mundo tem que ser submisso sem questionar. Vamos conversar. Se quiser, eu mostro como se faz, mas não me venha mais com gritos e ordens absurdas baseadas em "43 anos de experiência", baseadas num mundo minúsculo de quem sempre foi obedecido. Admiro? Admiro. Tenho orgulho? Muito. Aceito conselhos? Aceito. Sigo os conselhos? Quando eu acho que devo seguir. E isso acontece na maioria das vezes. Somos muito parecidos. O pior é que somos. Ou o melhor, já não sei. Ele consegue dar um nó na minha cabeça! Talvez ele, agora, não esteja gostando muito da idéia de eu parecer com ele, porque isso me dá créditos. Meu raciocínio, às vezes, vai lá em cima, mais do que ele queria que fosse, apesar de isso não ser problema pra ele. Ele acaba com meu raciocínio com um grito! Ou acabava. Me fez a imagem e semelhança? Agüente as conseqüencias! Vou começar a usar minha herança hereditária a meu favor. Não se trata de medir forças, nada disso. No que depender de mim, estarei sempre um andar abaixo. Mas, como se diz, 'se é pra avacalhar, paremos!' Sei bem que vai ser difícil, o que faria mudar uma pessoa que eu nunca vi olhar nos olhos e pedir desculpas? Que perde um irmão (orgulhoso igual, diga-se de passagem) mas não volta atrás? Em que família fui nascer... Mas se nasci nela, foi por algum motivo. Não tenho propósitos utópicos de ouvi-lo pedir desculpas, só que me ouça antes de me mandar calar a boca, e que, depois de ouvir, concorde, ou discorde, mas que me apresente argumentos aceitáveis. Vamos lá, tentar mudar a fera, ver o que consigo. Tenho forças para isso. Ah! Se tenho...
sábado, 1 de setembro de 2007
DEZ DIAS DE CÉU
Vamos ver se este blog aceita um mísero post meu como pedido de desculpas por eu estar tão distante dele há tanto tempo!
Se bem que ele também vai ter que me perdoar por eu talvez não conseguir fazer com que o meu eu-enunciador se faça entender pelo tu-interpretante dele!
Acontece que tenho tanta coisa aqui dentro que não consigo externar, que ele corre o risco de ser um post mutilado.
Mutilado ou não, vim dizer que abriria, de bom grado, mão das minhas férias anuais de trinta dias, por férias, bienais, trienais, qüinqüenais de uma semana só, se esta semana fosse como a que passei com o Calil.
Na lembrança tudo. Tudo, tudo, tudo.
De concreto, o cheiro no meu travesseiro, e um resquício de dor de garganta por andar de moto na chuva.
E descobrir que dizer ‘eu te amo’, quando mentira, é muito ruim e difícil, mas quando verdade é só verdade...
E conviver um pouquinho pra vê-lo colocando mais açúcar no café do que pessoas normais costumam fazer.
E ficar junto até pegar no sono, e arcar com as conseqüências!
E lembrar dele dormindo.
E rir por descobrir que falo espanhol fluentemente e nem sabia!
E acordá-lo de manhã.
E olhar no olho de perto.
E ver o sorriso de perto.
E ter que decidir entre chocolate ou chantilly... (pula essa parte)
E saber que ele gosta mais de mostarda do que de catchup!
E ficar junto o dia todo e ir pra aula e saber que quando voltar ele vai estar lá e que no outro dia ele vai estar lá e quando acordar ele vai estar lá.
E não querer que o tempo passe, e não querer pensar na volta pra casa, e não querer pensar em nada.
E planejar um monte de coisa e não colocar nada em prática!
E não saber o que dizer e só olhar, e querer olhar pra sempre.
E saber que tenho certeza. Essa é a melhor parte. Tenho certeza por mim e por nós. Até careca!
E ele é tão cheiroso quando sai do banho, e ele fica tão bonitinho com aquela jaqueta, e ele é tão querido que...
Ah... “A força das palavras não consegue mostrar nem sequer o pensamento de quem fala”, já dizia Santo Agostinho. Vou parando por aqui, agradecendo de novo ao meu anjo por ter achado um anjo pra mim...
Se bem que ele também vai ter que me perdoar por eu talvez não conseguir fazer com que o meu eu-enunciador se faça entender pelo tu-interpretante dele!
Acontece que tenho tanta coisa aqui dentro que não consigo externar, que ele corre o risco de ser um post mutilado.
Mutilado ou não, vim dizer que abriria, de bom grado, mão das minhas férias anuais de trinta dias, por férias, bienais, trienais, qüinqüenais de uma semana só, se esta semana fosse como a que passei com o Calil.
Na lembrança tudo. Tudo, tudo, tudo.
De concreto, o cheiro no meu travesseiro, e um resquício de dor de garganta por andar de moto na chuva.
E descobrir que dizer ‘eu te amo’, quando mentira, é muito ruim e difícil, mas quando verdade é só verdade...
E conviver um pouquinho pra vê-lo colocando mais açúcar no café do que pessoas normais costumam fazer.
E ficar junto até pegar no sono, e arcar com as conseqüências!
E lembrar dele dormindo.
E rir por descobrir que falo espanhol fluentemente e nem sabia!
E acordá-lo de manhã.
E olhar no olho de perto.
E ver o sorriso de perto.
E ter que decidir entre chocolate ou chantilly... (pula essa parte)
E saber que ele gosta mais de mostarda do que de catchup!
E ficar junto o dia todo e ir pra aula e saber que quando voltar ele vai estar lá e que no outro dia ele vai estar lá e quando acordar ele vai estar lá.
E não querer que o tempo passe, e não querer pensar na volta pra casa, e não querer pensar em nada.
E planejar um monte de coisa e não colocar nada em prática!
E não saber o que dizer e só olhar, e querer olhar pra sempre.
E saber que tenho certeza. Essa é a melhor parte. Tenho certeza por mim e por nós. Até careca!
E ele é tão cheiroso quando sai do banho, e ele fica tão bonitinho com aquela jaqueta, e ele é tão querido que...
Ah... “A força das palavras não consegue mostrar nem sequer o pensamento de quem fala”, já dizia Santo Agostinho. Vou parando por aqui, agradecendo de novo ao meu anjo por ter achado um anjo pra mim...
Assinar:
Postagens (Atom)